De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de próstata é a segunda maior causa de morte por câncer do mundo.
Doença possui 90% de chances de cura se detectado precocemente!
O mês de novembro é dedicado ao combate do câncer de próstata. Para evitá-lo, os homens a partir dos 45 anos devem ir ao médico regularmente. A campanha “Novembro Azul” alerta os homens quanto à importância de cuidar da saúde.
No estágio inicial o paciente não sente nada, por isso é importante ir ao médico com frequência, pois só através de exames é que a doença pode ser detectada. A dificuldade dos homens está na necessidade do exame de toque retal, que é a única forma de sentir o nódulo. Segundo o médico, o paciente já chega ao consultório com esse preconceito de não ser tocado, e muitas vezes sai do consultório sem realizar o exame.
Segundo o médico urologista Diego Miranda, as pessoas costumam fazer confusão entre o aumento da próstata e o câncer. “É muito comum o aumento benigno da próstata, que não é o câncer, e acontece quando a glândula aumenta e fecha o canal urinário. Já o câncer de próstata surge nas extremidades, sem relação com o canal urinário”, explicou.
O que é a próstata?
A próstata é uma pequena glândula presente apenas no sexo masculino localizada entre a bexiga e a pélvis do homem, responsável por produzir parte do líquido que forma o esperma, também ajuda a alimentar e proteger os espermatozoides.
4 fatores de risco para o câncer de próstata:
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, sendo o câncer de próstata o tumor mais comum em homens acima de 50 anos. São muitos os fatores de risco responsáveis, mas quanto mais cedo for detectado, maiores são as chances de cura.
No ano de 2016, 68 mil homens foram diagnosticados com câncer de próstata e 15 mil deles chegaram à óbito pela falta de prevenção e diagnóstico precoce. Para tratar do tema, o Instituto Lado a Lado pela Vida apresentou o painel “O câncer de próstata e a sexualidade masculina: como o impacto da doença afeta a vida dos homens na prevenção e no tratamento”.
O câncer de próstata é o segundo tumor que mais mata homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pulmão.
O urologista Aguinaldo Nardi, participante do painel, explica porque esse número ainda é tão grande. “Para se ter uma juventude saudável e uma velhice tranquila é preciso se cuidar. O homem ainda acredita que é o sexo forte e nada vai acontecer a ele, por isso não se previne e só vai ao médico se alguém da família o levar”.
Quanto mais cedo identificado, maiores são as chances de cura do tumor. Outro fator importante levantado pelo especialista, que integra o Comitê Científico do Instituto, é o rastreamento e a atenção aos grupos de risco. “No Brasil não se faz o rastreamento adequado. Precisamos olhar para alguns perfis como pele negra, histórico familiar e obesidade e ter um acompanhamento especifico nesses casos. É dever do Estado e de toda a sociedade dar apoio a esses grupos”, aponta Dr. Nardi.
Porém, o compartilhamento dessas situações com a família pode ser difícil para muitos homens, devido à herança patriarcal e machista da sociedade. É o que explica Francisco Norberto, coordenador da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem do Ministério da Saúde. “A questão cultural é um fator importante que distancia os homens do sistema de saúde. É preciso olhar para eles de forma integral, avaliando a alimentação, comportamento social e todos seus aspectos”. Para Norberto, o homem precisa ser educado a cuidar da sua própria saúde e aprender a cuidar da saúde dos seus filhos.
O urologista Lucas Nogueira ressaltou que 2015 a 2035 a projeção é que a população masculina aumente – e dentro desse cenário, a previsão é que se mantenha a taxa de 30% de mortalidade entre os pacientes de câncer de próstata.
Câncer de Pênis: A falta de cuidado com as doenças urológicas também se estende a atitudes simples como a higiene. De acordo com o médico, uma correta lavagem com água e sabão poderia evitar o câncer de pênis, responsável por 1.600 amputações ao ano. “As crianças e meninos mais jovens não fazem a correta higienização porque ninguém os ensinou. E os pais, provavelmente não o fizeram por que também não foram ensinados. É responsabilidade nossa cuidar da saúde dos nossos filhos, da nossa saúde”. Os dados apresentados por dr. Nardi são alarmantes: segundo ele o câncer de pênis atinge 1 homem a cada 2 semanas no estado do Maranhão.
Saiba quais são os 6 exames que avaliam a Próstata:
Os exames de próstata mais comuns para detectar alterações, como inflamação ou câncer por exemplo, são o exame de sangue do PSA e o de toque retal, feito pelo urologista ou proctologista, que palpa a próstata para saber o seu tamanho e verificar se está aumentada.
Estes exames normalmente devem ser realizados 1 vez por ano a partir dos 50 anos de idade, mas quando há histórico familiar de câncer de próstata, a prevenção deve ser feita a partir dos 45 anos. Além disso, quando o paciente já teve câncer da próstata ou diagnóstico de hiperplasia benigna prostática, o exame deve ser feito anualmente, independentemente da idade.
Veja a seguir os exames mais utilizados para identificar problemas nesta glândula.
1. PSA – Exame de sangue
É feito a partir de um exame de sangue comum que avalia o hormônio PSA, que tem como resultados normais valores menores do que 4 ng/ml. Assim, quando esse valor está aumentado, pode indicar problemas como inflamação da próstata ou câncer, por exemplo.
No entanto, este valor também aumenta com a idade e, por isso, é importante ter em consideração o valor de referência do laboratório.
Preparo para exame de sangue: para realizar o exame de sangue de laboratório não é necessário fazer nenhuma preparação específica.
2. Toque retal
O médico pode avaliar o tamanho da próstata através do toque retal, que pode ficar maior e mais dura quando ocorre alguma inflamação. Este exame é muito rápido, demorando cerca de 1 minuto e causa apenas um leve desconforto.
Preparo para toque retal: não é necessário realizar nenhuma preparação, porém, para facilitar a realização do exame o médico pode indicar a toma de um laxante para limpar o intestino e, durante o exame o paciente deve permanecer de pé ligeiramente inclinado e contrair os músculos da região pélvica.
3. Ultrassonografia:
A ultrassonografia ou ecografia da próstata é feita para avaliar o tamanho desta glândula e identificar alterações na sua estrutura.
Preparo para ecografia: não é necessário nenhum preparo específico.
4. Medição do jato de urina:
A fluxometria é um exame feito pelo médico para avaliar a força do jato e a quantidade de urina em cada micção, pois quando ocorrem alterações na próstata o jato fica mais lento e fraco.
Preparo para fluxometria: deve-se estar com a bexiga cheia e com bastante vontade de urinar, sendo importante beber pelo menos 1 L de água antes do exame, que é feito com o indivíduo urinando em um aparelho para fazer o registro.
5. Exame de urina de laboratório:
O urologista pode indicar um exame de urina, sendo necessário coletar uma pequena quantidade de urina para avaliar a presença de sangue ou de micro-organismo que podem estar presentes em casos de infecção urinária, por exemplo.
Preparo para exame de urina: a coleta deve ser feita com a primeira urina da manhã, colocando em um recipiente de plástico fornecido pelo laboratório. A amostra deve ser levada ao laboratório em cerca de 30 a 60 minutos após a micção.
6. Biópsia:
A biópsia da próstata é feita para confirmar diagnósticos de alterações nessa glândula, como câncer ou tumores benignos, sendo necessário retirar um pedacinho deste órgão para enviar para análise no laboratório.
Preparo para biópsia da próstata: normalmente é necessário tomar o antibiótico receitado pelo médico, durante cerca de 3 dias, fazer jejum de 6 horas e tomar laxante para limpar o intestino.
O que pode ser o exame de próstata alterado?
Os exames podem ter resultados alterados quando ocorrem problemas como:
- Inflamação da próstata, conhecida por tumor benigno da próstata;
- Presença de bactérias na próstata, também conhecida por prostatite;
- Toma de medicamentos, como diuréticos, esteroides ou aspirina;
- Realização de procedimentos médicos à bexiga, como biópsia ou cistoscopia, podem elevar ligeiramente os níveis de PSA.
Como o câncer de próstata pode afetar a vida sexual do casal?
O câncer de próstata também é chamado de “enfermidade do casal”, porque a doença e o tratamento afetam a ambos
Como o câncer de próstata pode afetar a vida sexual do casal? Carmita Abdo, fundadora e Coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, elenca as três dúvidas mais comuns sobre o assunto.
Como o diagnóstico do câncer de próstata abala a sexualidade do homem?
O diagnóstico pode abalar especialmente a autoconfiança e a autoestima do homem, o que prejudica seu desempenho e a sua satisfação sexual, secundariamente.
Estudos confirmam que quanto mais bem orientado e informado estiver o paciente a respeito de seu quadro, mais preparado estará para enfrentar a situação, inclusive no campo da sexualidade.
A extensão do tumor e o respectivo tratamento causam repercussão em diferentes graus, caso a caso: tumores maiores exigem intervenções mais extensas, o que resulta em maior comprometimento da função erétil.
Importa, também, o tipo de personalidade desse homem e seus recursos emocionais prévios ao diagnóstico. Pacientes com perfil depressivo habitualmente reagem de modo mais negativo, o que costuma agravar a depressão desencadeada pelo diagnóstico ou pela limitação sexual secundária ao tratamento. Por outro lado, pacientes com bom estado psicológico/psiquiátrico e suporte conjugal/familiar se preservam mais.
Vale lembrar que o diagnóstico precoce, a satisfação com a profissão e os bons hábitos de vida também são elementos protetores, bem como o suporte psicoterápico/psiquiátrico.
Qual é o papel da mulher neste quadro?
A parceira, (desde que tenha uma relação de qualidade com o paciente, sendo sexualmente funcional e ativa e estando bem informada sobre o quadro e o respectivo tratamento) é fundamental em todo o processo: do diagnóstico à alta.
No diagnóstico, é ela quem ajuda o paciente a absorver o impacto da notícia e a se mobilizar para o tratamento. Muitas vezes, ela é quem agenda a consulta do parceiro.
Durante o período de recuperação, a parceira deve ter tolerância com as crises de dor, de incontinência urinária e de disfunção erétil (a qual pode se seguir à cirurgia, à radioterapia e à de privação hormonal, tanto de forma temporária como definitiva, demandando, neste caso a colocação de prótese peniana).
As falhas de ereção (que serão sanadas por meio de tratamento específico) podem gerar falta de desejo sexual, que o homem desenvolve como “proteção” contra a necessidade de sexo (que o levaria à frustração da falta de resposta erétil). Portanto, a parceira também deve estar preparada para essa fase, inclusive para a diversificação do repertório sexual, enquanto a penetração não for possível.
Como esse assunto deve ser abordado pelo casal?
Muito frequentemente, o câncer de próstata é chamado de “enfermidade do casal”, exatamente porque a doença e o tratamento afetam a ambos. O casal que está em um relacionamento saudável consegue tratar do assunto com mais facilidade do que o casal em crise conjugal.
Estudos também mostram que pacientes cujas parceiras têm dificuldades sexuais reagem pior e se recuperam sexualmente mais tarde do que aqueles cujas parceiras são sexualmente saudáveis. Está documentado que a recuperação sexual do homem depende também da saúde sexual de sua parceira: porque ela o incentiva a cuidar da saúde e porque ela se interessa por resgatar a vida sexual do casal.
Portanto, o casal deve abordar este assunto como uma situação que diz respeito aos dois e que traz à tona as fragilidades (a serem trabalhadas) e as competências de ambos (a serem comemoradas).
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